12º ENX - relato pessoal do Leandro

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Leandro Gonçalves
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12º ENX - relato pessoal do Leandro

Mensagem por Leandro Gonçalves » 14 Dez 2022 13:47

Como gostaria de entrar mais vezes aqui e ler os relatos de viagens, passeios, dicas e tudo mais que envolva as motocas. Por muito tempo, isso era tudo o que tinha.

Da boa vontade, curiosidade e um fascínio por viagens de moto, me fiz um alienado no assunto e tomei gosto por tudo relacionado. Qualquer tentativa em querer descrever, sobretudo a curiosidade inocente que despertei, ficará sem sal, como tudo que é bom, é naturalmente chato de descrever. Sei que que os tempos são outros, entendo também que os assuntos sobre as viagens de moto estão todos resumidos em uma figurinha no whatsapp, ou em algum vídeo em primeira pessoa no tutube. Mas, como gosto mesmo é de ler, conversar e lamber as fotos com os olhos, decidi (eu mesmo) saciar minha vontade e escrever.

Esse não é nenhum relato com muitas desventuras, perreios, ou qualquer coisa que valha. Pelo contrário, fui e voltei do Encontro sem nenhum pesar. Quase todo o trajeto em asfalto, tudo tão divertido e gostoso, que se por acaso parecer enfadonho, peço que desconsidere e aprecie somente as fotos.

- Dia 1
É sabido que antes da viagem ir para as vias de fato, tem todo um preparativo, pesquisa de rota, ajustes e revisões na motoca, etc. Não é este o meu caso, primeiro porque já conhecia as estradas que percorreria, além de ser um percurso relativamente pequeno. Segundo que a moto estava plena um mês antes, revisada após a viagem maior anterior, e para falar que nada fiz, fiz a troca das pastilhas traseiras duas semanas antes.
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Saí de Santa Rita do Sapucaí, no sul de MG, e a meta do dia era tocar até a grande BH, cerca de 450 km, pernoitar, e seguir no outro dia até Diamantina. Entretanto, a nossa amada chuva impediu de concluir o plano, e acabei pernoitando em um motel de beira de estrada, a uns 100 km da grande BH, depois de rodar umas 2h na chuva (claro) e de noite. Trecho de Fernão Dias, nada demais! Parti da terrinha umas 17:30 aproximadamente, muitos caminhões, uma parada em Perdões para tomar um café, depois mais uns 100km na chuva e foi-se o primeiro dia.
O verdadeiro veículo que conduzimos é um veículo chamado ‘nós mesmos’ - Robert M. Pirsig

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Re: 12º ENX - relato pessoal do Leandro

Mensagem por Leandro Gonçalves » 15 Dez 2022 10:36

- Dia 2 – período da manhã e primeira parte

Apeei cedo, pernoite de motel, ô vida! A chinela cantou a noite toda, e não foi no meu quarto. Chuva boa de dormir, apaguei pelado como vim ao mundo e não vi mais nada. Acordei com os pássaros cantando, e o barulho longínquo dos caminhões na rodovia.

Sai antes do café da manhã. Sim, estava incluso no pernoite, um luxo. Fiz questão de procurar a bimboca no mapas, Motel Vertuno em Carmópolis de Minas, para trazer ao relato, e porque algo tão importante não poderia passar batido. E deixei o desjejum para depois que passasse a grande BH. Saí com as roupas de baixo molhada, cueca, calça, bota e meia, porque o espertalhão não quis por a capa na parte de baixo.

Tomei meu café num posto na saída de Ribeirão das Neves, depois de não errar nenhuma entrada cruzando a maior metrópole Mineira. Estou ficando bom em usar GPS. Trem bão! Posto e lanchonete chefão, já na duplicada 040, pouco mais de 130 km rodados até então, com a roupa quase seca, faltava somente a meia, porque a bota só é impermeável de fora para dentro, não o oposto. Três cafés, um pão com ovo e queijo, como tem que ser quase todas as manhãs, além claro, do tradicional chamado da natureza pela manhã. Viva o ciclo circadiano!

Na saída do café estiquei a prosa com um senhor, cujo nome é bom não mencionar dada as desventuras dele aqui no entorno da terrinha. Pelo brilho no olhar ao narrar, ele sente mesmo saudades dos doces de Piranguinho. Baiano, apresentou ele o apelido, embora seja Sergipano. Baiano contou que estivera jurado de morte pelo ex de uma morena, depois de se enamorarem. Deu detalhes, nomes, citou locais que só mesmo os locais conheceriam, como o bem falado torresmo no bar da Maria em Itajubá, a subida braba de serra para Delfim Moreira, entre outras coisas tantas. Baiano tem mesmo paixão pela vida, e contou estar em uma viagem que ruma para os 2 anos. Foi ao Sul, visitou as Cataratas no Iguaçu, a coca Paraguaia, e tudo mais um tanto. Nesse interim tinha visitado as montanhas no Sul de MG, o norte do RS, a região serrana de SC, a parte das plantações no PR e uma das regiões mais belas de SP, onde o Tietê ainda tem peixes e bons pontos para banho no próprio rio, além de ter dado uma esticadinha até o MT, cruzando o MS e passando para um banho em Bonito. Deu vida ouvir Baiano, que dali subiria a 040 em sua magrela até Brasília, sim, tudo isso na honrosa magrela, para depois talvez dar um mergulho no Jalapão, e por fim esticar para o Natal no Nordeste.

Depois do café, do dedo de prosa, bem alimentado de boas energias, toquei pela 040 afora. Sábado de feriado prolongado, muitos veículos na estrada, tempo nublado, tocada no ritmo mais lento. Passei por Sete Lagoas, quebrei a direita na altura de Caetanópolis, entrei na 231, e daqui pra adiante é o melhor e mais bonito trecho de toda viagem. Rumei direto e só fui parar na entrada de Cordisburgo, para uma foto, óbvio. A única até então:
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Quem teve a oportunidade de conhecer um pouco mais de MG, e pode reparar as diferenças entre as regiões do Estado, sabe precisar o quão único são as paisagens dessa região. Não atoa fui passear por lá pela segunda vez. Não à toa (ainda) essa terra pariu Guimarães Rosa, e presumo dizer que vem da sua origem a maior inspiração para tantas obras maravilhosas. Mas, seguimos adiante, porque como advertiu Riobaldo, em Grande Sertões:
- “quem mói no asp'ro não fantaseia”
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E tome estrada bonita!
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Re: 12º ENX - relato pessoal do Leandro

Mensagem por Daniel Wiesel » 17 Dez 2022 21:13

Leandro muito bom ver alguém escrever alguma coisa aqui no fórum, ainda mais sendo relatos de passeio , confesso que entrava aqui só pra ver alguma atualização do 12º ENX
Sei que ainda esta escrevendo o restante ,mas as imagens não estão aparecendo ,pelo menos pra mim

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